A natureza esplendorosa estava lá desde sempre: na
terra e no mar, nas cavernas e nos morros, nas pedras escuras e nas trilhas
abertas pelo homem, em tempos diversos... Beleza e preocupação para os que
chegavam agora. Necessidade de definir rumos que poderiam identificar e
preservar o privilegiado espaço, exposto às conseqüências por vezes desastrosas
de ocupação, como garantia da salvaguarda do que ainda fosse possível defender.
E isso aconteceu. Estudiosos de vários lugares
identificaram e mapearam a área já muito degradada e aquela ainda possível de
intervenção, com cautela e cuidado. Foi esse o momento primeiro da reconhecida
valorização e criação do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha –
PARNAMAR/FN, pelo Decreto-Lei Federal Nº 96.693, de 14 de
setembro de 1988. Ainda em setembro – no dia 22 - ocorreriam duas
importantes transferências de bens para o PARNAMAR/FN que começava, com o Decreto
Federal Nº 96.878, que passava para o Ministério da Aeronáutica as
construções erguidas quando esse Ministério governava o então Território
Federal militar (1981/1986) e o Decreto Federal Nº 96.879, que passava
para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA os bens móveis da União: o Hotel Esmeralda; o
prédio da EMBRATEL; o Clube do Pico (que funcionara como área de lazer do TFFN,
chamado de “Cassino dos Oficiais” e que fora usado em 1964/65 como local de
interrogatórios quando da prisão dos 34 presos políticos daquele momento de
repressão). Ainda o Mirante do Boldró, espaço também remanescente da ocupação
da região pelos americanos integrantes do “11º Posto de Observação de
Mísseis Teleguiados” (entre 1957/1965).
Foi, pois, no mês de setembro que
consolidou-se o compromisso de tratar-se Fernando de Noronha como um lugar
especial e, a partir daí, deflagram-se normas que deveriam ser mantidas para o
futuro, salvando-se um patrimônio ambiental merecedor de estudos e ações de
consolidação e reconhecimento.
Hoje ostentamos um título muito especial: o de
estar inscrito na lista do Patrimônio Mundial pela UNESCO,
confirmando “o valor excepcional e universal de um sítio cultural e natural
que deve ser protegido para o benefício da humanidade”.
Abençoados sejam todos que abraçaram essa causa,
neste setembro que vivemos e que, por ela, lutaram, cada um da forma que lhe
foi possível !