quarta-feira, 28 de setembro de 2016

SETEMBRO: NASCE O PARQUE NACIONAL MARINHO DE FERNANDO DE NORONHA

Por muito tempo andar pelos espaços noronhenses era uma experiência inesquecível e, ao mesmo tempo, preocupante, à medida que crescia o interesse do Turismo pelo Arquipélago e as inquietações surgiam pela necessidade evidente de preservação, inclusive amparada por normas que definissem até onde isso deveria e/ou poderia ser feito.

A natureza esplendorosa estava lá desde sempre: na terra e no mar, nas cavernas e nos morros, nas pedras escuras e nas trilhas abertas pelo homem, em tempos diversos... Beleza e preocupação para os que chegavam agora. Necessidade de definir rumos que poderiam identificar e preservar o privilegiado espaço, exposto às conseqüências por vezes desastrosas de ocupação, como garantia da salvaguarda do que ainda fosse possível defender.

E isso aconteceu. Estudiosos de vários lugares identificaram e mapearam a área já muito degradada e aquela ainda possível de intervenção, com cautela e cuidado. Foi esse o momento primeiro da reconhecida valorização e criação do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha – PARNAMAR/FN, pelo Decreto-Lei Federal Nº 96.693, de 14 de setembro de 1988. Ainda em setembro – no dia 22 - ocorreriam duas importantes transferências de bens para o PARNAMAR/FN que começava, com o Decreto Federal Nº 96.878, que passava para o Ministério da Aeronáutica as construções erguidas quando esse Ministério governava o então Território Federal militar (1981/1986) e o Decreto Federal Nº 96.879, que passava para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA os bens móveis da União: o Hotel Esmeralda; o prédio da EMBRATEL; o Clube do Pico (que funcionara como área de lazer do TFFN, chamado de “Cassino dos Oficiais” e que fora usado em 1964/65 como local de interrogatórios quando da prisão dos 34 presos políticos daquele momento de repressão). Ainda o Mirante do Boldró, espaço também remanescente da ocupação da região pelos americanos integrantes do “11º Posto de Observação de Mísseis Teleguiados” (entre 1957/1965).           

Foi, pois, no mês de setembro que consolidou-se o compromisso de tratar-se Fernando de Noronha como um lugar especial e, a partir daí, deflagram-se normas que deveriam ser mantidas para o futuro, salvando-se um patrimônio ambiental merecedor de estudos e ações de consolidação e reconhecimento.

Hoje ostentamos um título muito especial: o de estar inscrito na lista do Patrimônio Mundial pela UNESCO, confirmando “o valor excepcional e universal de um sítio cultural e natural que deve ser protegido para o benefício da humanidade”.

Abençoados sejam todos que abraçaram essa causa, neste setembro que vivemos e que, por ela, lutaram, cada um da forma que lhe foi possível !