domingo, 27 de setembro de 2015

SALVAGUARDA DA BIBLIOTECA PÚBLICA DE OLINDA


Nos últimos tempos, informações preocupantes inquietam os interessados na preservação e registro das evidências culturais de Olinda. A beleza e originalidade dos sítios históricos da cidade, que atraíram para ela ações e titulações fundamentais, merecem essa preocupação e, por parte do puder público, a cautela necessária para deflagrar propostas em defesa de toda essa história. 
 
Dentro desse rico acervo construído e tantas vezes zelado está a Biblioteca Pública de Olinda, instalada atualmente na casa 100, da Avenida da Liberdade, no Carmo, bem em frente a mais antiga Igreja Carmelita nas Américas. 

A memória histórica nos diz que Olinda era a capital da Província de Pernambuco. Três anos antes (1827), ali tinham sido criados - no Mosteiro de São Bento - os primeiros Cursos Jurídicos do Brasil. Era importante que a iniciativa de existir também uma Biblioteca pudesse consolidar aqueles estudos universitários e que isso fosse implantado em um outro espaço religioso da cidade: o Convento Franciscano mais antigo do Brasil. Isso viria a acontecer a partir do dia 07 de dezembro de 1830, com o Decreto Imperial do Imperador Dom Pedro I, que estabelecia uma biblioteca pública na cidade,  a primeira de Pernambuco e a quinta biblioteca a ser estabelecida no Brasil. 

Os anos se passaram... Depois de sucessivas mudanças de sede, a Biblioteca Municipal de Olinda foi, enfim, instalada na casa de número 100 da Praça do Carmo, uma das mais antigas construções da cidade: Um casarão assobradado, rodeado de muitos verdes, monumento de trajetória histórica e arquitetônica formidável! Seu acervo, ao longo dos tempos, foi se constituindo de doações, chegando a possuir mais de 20 mil títulos, que incluem títulos da literatura brasileira, inglesa, francesa e portuguesa. 

Em 1993 ela foi requalificada, tendo sua estrutura física solidificada, com o apoio do MINC, passando a abrigar iniciativas culturais as mais diversas, dentro dela e no seu entorno tão especial. Por isso, as referências atuais de abandono desse bem patrimonial tão especial preocupam, num tempo de valorização da Cultura e de compromisso com os títulos recebidos pela cidade, que é “Cidade Monumento Nacional”, “Cidade Ecológica”, “Cidade Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade”, inscrita pela UNESCO na lista das CIDADES PATRIMONIO MUNDIAL

Que tal reerguê-la e requalificá-la novamente, como Olinda merece e espera?

sábado, 12 de setembro de 2015

MARY e GEAZI: 50 anos de casados.


 
Faz muito tempo que tudo começou...

Vocês eram muito jovens.

Vinham de experiências tão diferentes...

Parecia que nada os aproximaria, que o amor não chegaria...

Mas foi assim: impetuoso, definitivo, sujeito à tudo

para fazer-se verdade e uni-los para sempre!



Hoje, completa-se o ciclo de cinqüenta anos de vida em comum e de luta.

Nada foi fácil. As dificuldades surgiram, nesse tempo de entrega

e vocês resistiram, enfrentaram, venceram, perderam, sublimaram-se

e chegam ao tempo de reconhecer que, apesar de tudo,

prevaleceu aquele amor descoberto lá longe,

consolidado nos filhos, na família construída,

na felicidade que experimentam por estarem aqui, juntos,

como sonharam um dia e certos de que o amor venceu,

mais uma vez, porque nasceu forte, para ser eterno!



Agora é hora de dizer “graças”, pelas infinitas dádivas recebidas

e louvar a Deus pela presença constante em suas vidas,

como Pai misericordioso, guardando-os como filhos diletos,

na seara de bens com os quais os cumulou, sempre!



Que seja este o dia da vitória!

Que todos que fazem parte de suas vidas

celebrem com vocês o momento de agora

e que essa seja a marca da comemoração amorosa

que cada um faz, no seu coração,

porque vocês existem e são parte de nos!


      
  

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

REINTEGRAÇÃO DE FERNANDO DE NORONHA AO ESTADO DE PERNAMBUCO


 “Pela nova Constituição Brasileira, no art. Nº 15, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, extingue-se o Território Federal de Fernando de Noronha e o arquipélago é reintegrado ao Estado de Pernambuco,” em 05 de setembro de 1988.

Antecedentes:

Em 1700, El-Rei Dom Pedro II, de Portugal, por Carta-Régia, havia determinado que a ilha de Fernando de Noronha ficasse pertencendo à Capitania de Pernambuco, única das capitanias que tinha dado certo no Nordeste do Brasil e, por isso, poderia ocupá-la e desenvolvê-la, livrando-a de ser a rota perigosa de aventureiros que quisessem capturá-la, como já haviam feito os holandeses, na 1ª metade do século XVII. Apesar dessa providência oficial, nenhuma medida foi tomada para cumprir-se tão importante autorização.

Por trinta anos, naquele século, Fernando de Noronha permaneceu abandonada, mesmo que, oficialmente, pertencesse a Pernambuco desde 1700. Esse abandono continuou a despertar a cobiça dos muitos povos que navegavam pelo Atlântico, atraídos pela localização privilegiada da ilha, nas rotas de navegação então bastante frequentadas.

Os franceses, que recolhiam informações desde 1734, chegando a publicar uma Carta Náutica da Academia Royal de Ciências de Paris – o Plano da Ilha de Fernando de Noronha – comprovando a pirataria existente, movimentaram-se para aproximarem-se do arquipélago, iniciando uma ocupação discreta e pequena, que se consolidaria em definitivo em 1736, pela Companhia das Índias Orientais. Coube a Pernambuco retomar, definitivamente, a ilha, em 1737, expulsando os invasores. E só então deu-se a posse definitiva da ilha por Portugal, através dessa próspera Capitania.

Aí começa a história da presença humana insular, com a construção dos dois núcleos urbanos - a Vila dos Remédios e a Vila da Quixaba - - e do Sistema fortificado do Brasil, com dez fortificações – sistema esse considerado “o maior sistema defensivo do século XVIII”. A mão-de-obra que atuou nessa gigantesca empreitada foi carcerária, com a instalação da Colônia Correcional de Presos Comuns (de (ladrões, assassinos, moedeiros falsos...), gente condenada a longas penas, que era “exilada” do continente, mas constituía "excelente turba de trabalhadores para todos os trabalhos” E a esporádica presença de presos políticos, condenados nos grandes conflitos nacionais, como os ciganos (em 1739); a Revolução Republicana em Pernambuco (de 1817); a Confederação do Equador (de 1824); a Setembrizada (de 1831); a Revolução Farroupilha (de 1844); a Revolução Praieira (de 1849); e, proclamada a República, em 1889, um ano depois eram banidos para a ilha todos os capoeiristas do Brasil, sendo o 1º Ato da República recém proclamada.  

Essa é a razão histórica da devolução do arquipélago a Pernambuco, que comemoramos nesta semana, que se consolidou com o projeto de autoria do Deputado Estadual José de Moura, do PFL, apoiado pelo também Deputado Estadual Nilson Gibson, do PMDB, de reintegração do espaço fernandino a Pernambuco, que acabou vitoriosa, como uma solução decorrente da extinção dos Territórios Federais no Brasil.