quinta-feira, 22 de novembro de 2012

COMO NASCE A MÚSICA?





COMO NASCE A MÚSICA?

Não se explica como nasce a Música...
Um dom? Uma inclinação inconfessada?
Algo casual? Premonição?
Ah! As explicações são muitas.

E ela surge de forma inesperada,
única, própria, cadenciada,
com a “marca” do seu criador
e a beleza que lhe foi possível externar..

Algumas criações se eternizam:
atravessam o tempo, têm vida longa;
superam a lembrança do seu autor
e parecem ganhar vida própria...

Outras perdem-se na memória dos homens
e paralisam sua trajetória, estagnadas,
como se nunca houvessem significado emoção
e não tivessem nenhuma importância.

Mas todas são o grito da alma do artista,
o afloramento de sua sensibilidade,
a beleza do seu pensamento,
tocado pelo sentimento que se faz verdade...

Música: um deixar-se ficar em sons compreensíveis;
um sonho que se concretiza e parte
para tocar a sensibilidade
dos que – com ela - se identificarem...

Música: dom especial que vem do alto
para fazer-se verdade e caminho,
tocando corações por ela libertados,
fonte fecunda de felicidade!
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No "DIA DA MÚSICA" - 2012



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

FAZ TANTO TEMPO...





Um homem contraditório. Capaz das mais belas expressões de ternura e de gestos difíceis de serem entendidos. Que derramava carinho sobre os filhos nascidos no Brasil e somente por carta mantinha contato com aquelas deixadas em Portugal.

Um homem de bem, sem dúvida... Até ingênuo, em algumas ações. Autodidata, escrevia como poucos, mesmo tendo parado os estudos ainda menino, pelas dificuldades enfrentadas na vida.

Este foi ALFREDO BORGES, o “Seu Borges”, o “português da camisa de meia”, o introdutor do fabrico de placas no Norte e Nordeste do Brasil, fossem esmaltadas ou em metal, para carros, ruas, casas... Também o sonhador, cantador de fados muito antigos, que costumava receber qualquer visita em casa com a mais suculenta bacalhoada que minha mãe viesse a fazer, ensinada por ele, claro!

Lembro-me hoje, de forma especial, porque foi num 19 de novembro que ele partiu, depois de uma longa e nada tranqüila vida, marcada por momentos muito especiais, dos quais todos nos lembramos com saudade!

Um dia, ele tentou me definir, dizendo: “minha filha, você é toda coração... Onde lhe baterem, machucam!”. Ninguém – nunca mais – disse coisa mais sábia, mais parecida comigo...

Minhas lembranças vagueiam, recordando esse homem querido, que nos deixou...  

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

336 ANOS DA CRIAÇÃO DA DIOCESE DE OLINDA



Do alto do morro, ela vê e é vista por todos que se aproximam. É a principal igreja do Arcebispado de Olinda e Recife e remonta ao século XVI, quando aqui chegou o donatário Duarte Coelho. Erguê-la era imperativo porque, como cabeça da capitania, seria a concretizaçao do que se ordenava no Alvará-Régio de 1534 - antes mesmo que aqui chegasse o senhor das terras – que indicava o Santíssimo Salvador do Mundo como titular da primeira paróquia a se fazer na nova terra.. Surgia então, singela e pequena, aquela que viria a ser a Igreja da Sé de Olinda.
 
Iniciada em 1540, sua construção primitiva foi em “taipa de mão e madeira”. Em 1578 já era uma “formosa matriz com três naves, com muitas capelas ao redor”. E foi na segunta metade do século XVII que ela se tornou a Catedral do Bispado que surgia.

Amanhã será esse dia: 16 de novembro. O ano foi 1676: criava-se a DIOCESE DE OLINDA, a 3ª diocese do Brasil, depois da Bahia e do Rio de Janeiro, pela Bula Papal "Ad sacram Beatri Petri". Era a organização da igreja no Norte e Nordeste do Brasil, subordinada à autoridade do Papa, sucessor do apóstolo Pedro. Em 1910 essa Diocese iria se tornar Arquidiocese de Olinda e, em 1918, Arquidiocese de Olinda e Recife, título que tem até os dias atuais.

Diocese é uma unidade geográfica localizada numa região, chefiada por um Bispo, sucessor direto dos apóstolos. A nossa -  a ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE - é a única do Brasil que tem duas titulações na sua identificação e duas cidades-irmãs nos seus domínios. A Catedral está em Olinda, na Igreja da Se e a có-catedral está no Recife, na Igreja de São Pedro dos Clérigos. Entre as duas são programadas as celebrações oficiais da AOR.

Temos 336 anos de história eclesiástica. E essa data - dia 16 de novembro – mais uma vez celebrada, marca a força de Olinda, no século XVII, escolhida que foi para abrigar a primeira Diocese do Norte e Nordeste do Brasil.

Que o Salvador do Mundo, padroeiro da Arquidiocese e de Olinda, proteja todos os que estão sobre a sua chancela, por todos os seus  Bispos e Arcebispos que a ela serviram e servem, e por nós, rebanho desses pastores de almas!


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

DONA PITUCA VAI DEIXAR SAUDADES...


 
Se alguém, chegando a Fernando de Noronha, quisesse saber “quem era Maria do Carmo Barbosa Dias” talvez não conseguisse resposta. O nome aparecia na Catálogo Telefônico e nos registros oficiais do arquipélago... Mas o reconhecimento popular, não. Para todos, a pessoa procurada teria que ser buscada pelo apelido tão característico que a identificava: PITUCA.  

Figura emblemática da ilha, aquela “baixinha redondinha”, andava por todos os lugares com seus vestidos coloridos, seu jeito curioso de olhar a vida e enfrentar as adversidades que viessem. Costureira, bordadeira, excelente cozinheira e até mesmo rezadeira, Dona Pituca viveu aí momentos significativos. 

Seu zelo pela Igreja de N. Srª dos Remédios a fizera uma espécie de guardiã do templo, local onde passava a maior parte do seu dia e junto do qual morava, na antiga “Casa Paroquial”, por ela transformada - por uns tempos - em pousada simples, quase pioneira na acolhida de um Turismo que chegava e que hoje é uma saída econômica tão necessária.
 
Alguns momentos em sua vida foram especiais... Em 1964 ela foi requisitada para atender - como cozinheira - alguns dos presos políticos daquele difícil momento do Brasil, inclusive os ex-governadores Miguel Arraes (de Pernabuco) e Seixas Dória (de Sergipe).. Todos os anos, na festa em louvor a São Pedro, o padroeiro dos pescadores, era ela que comandava - na praia - a preparação da tradicional peixada, distribuída ao final da “Barqueata”, num congraçamento alegre e deliciosamente experimentado...

Dona Pituca se foi, nesse final de outubro. Fernando de Noronha pranteou sua ilustre moradora, rezou por ela, acompanhou-a ao singelo Cemitério dedicado à Virgem da Conceição, guardando no coração a forte lembrança dessa figura autêntica, guerreira, que conquistou o seu lugar na ilha onde viveu, como uma folclórica e querida figura, sem dúvida, inesquecível!

Que ela descanse em paz.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

AS LEMBRANÇAS QUE FICAM




Nascemos. Crescemos. Realizamos muitas coisas pela vida. Perseguimos a felicidade, avidamente, e desfrutamos dela em tantos e tão diferentes momentos. À medida que envelhecemos, miramos o céu de nossas crenças, vislumbramos o instante em que se dará a nossa passagem para um outro plano, alimentados ou não pela fé que possamos ter nesse futuro incerto, cada dia mais distante das coisas que nos rodeiam, olhos fitos no caminho que teremos que atravessar.

Esse é o sentimento talvez inconfessado ao prantearmos os que partiram e centralizamos isso elegendo um dia para orações especiais ou pensamentos plenos de carinho, idealizando que aqueles que amamos tenham encontrado a paz.

Finados é, aparentemente, a celebração do fim, de um descerrar de cortinas e de portas para tantos que entraram em nossa história... Mas é também o dia da reflexão séria pelos que se foram e que continuam conosco, armazenados nas nossas lembranças mais fortes de gestos, de decisões, de comprometimento de vida experimentados.

Finados pode ser, também, o dia do reavivar dos nossos sonhos, de selar o desejo de valer-se do tempo que nos resta – e jamais saberemos o quanto – para fazer o bem, para amar, para partilhar a vida, para construir o edifício dos nossas acertos e deixarmos para lá o que faz mal, incomoda, destrói, prejudica.

Cabe-nos a decisão. Que ela seja fruto do amadurecimento que chega com a idade e nos permita um encontro conosco mesmos, arautos e geradores da felicidade que acreditamos merecer, como imaginamos um dia e até tê-la alcançado, mesmo tênue e frágil.

Mais um DIA DE FINADOS para nos ajudar a sermos melhores do que somos. Que tenhamos sucesso nisso!