quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

GERCY TELLES DE MENEZES - UM NOME INESQUECÍVEL PARA NORONHA


Todos os que nasceram ou viveram em Fernando de Noronha, a partir da década de 1960, carregam na alma a lembrança forte de versos que dizem: “Fernando de Noronha é um sonho do qual ninguém quer despertar...” São palavras do inspirado HINO DE FERNANDO DE NORONHA, composto em 1959, pelo então Major Gercy Telles de Menezes, intérprete dos americanos que, àquela época, haviam instalado na lha o Posto de Observação de Mísseis Teleguiados.

Musicista, muito chegado a cantorias, costumava participar das áreas de lazer daquele grupo de americanos servindo na ilha e, nessa época, compôs a bela melodia que era – originalmente – uma valsa: “Saudades de Noronha”, adaptada para Dobrado pelo musicista pernambucano Laffayte Lopes e gravada em compacto, na extinta Fábrica de Discos Rozemblit, do Recife / PE, com a Banda e o Orfeão da Polícia Militar de Pernambuco e solo do Cel. PM Leogivildo Maranhão.

Deixou o Arquipélago quando a Base foi desativada e continuou a sua carreira militar, deixando por lá, no entanto, a sua contribuição mais bela, para o engrandecimento do pequeno espaço insular. Imortalizou-se, com aquele poema em forma de canção!

Gercy Teles de Menezes nasceu em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, no dia 14 de maio de 1921. Estudou no Colégio militar e tornou-se um desses, servindo em diversos lugares pelo Brasil (Bagé/RS, Castro/PR, Curitiba/PR, Campo Grande/MT e Fernando de Noronha, lugar que guardou em sua alma de forma definitiva). Era coronel reformado do Exército e Mestre em Eletrônica (curso feito nos Estados Unidos). Serviu em Fernando de Noronha entre 1957 e 1965. Reformado como militar, atuou na EMBRATEL.

Voltou à ilha na década de 1980, como técnico da EMBRATEL e não chegou a ser reconhecido por nenhum daqueles que viveram ali na mesma época dele.. . Caminhou, incógnito, por todos os lugares, sem que o seu nome despertasse qualquer lembrança....

Só em 1992 foi localizado no Rio de Janeiro, onde morava, depois de buscas junto ao Ministério do Exército. Depois desse encontro, foi convidado a fazer-se presente na palestra realizada no evento internacional realizado naquele Estado (a RIO/92 e, no encontro, convidado para a mesa de autoridades e muito aplaudido por todos os noronhenses que se encontravam participando daquele evento.

Em 2003 deu uma longa entrevista para a TV Golfinho, no Rio de Janeiro, com imagens gravadas pela equipe do Globo Ecologia, da TV Globo e essas imagens foram exibidas ao longo do mês de agosto daquele ano, em comemoração aos 500 anos de descobrimento da ilha.

Gercy Telles de Menezes era casado com Marina Jovita Picconi de Menezes e deixa três filhos, que foram todos moradores de Fernando de Noronha ao tempo em que era ele um dos intérpretes dos americanos que se haviam instalados na região do Boldró. Todo o seu acervo fotográfico, de fotos feitas por ele próprio, no seu "tempo-de-Noronha" foram doadas para o acervo do "Programa de Resgate Documental de Fernando de Noronha".

Também escritor, publicou em 2006 suas reminiscências, na obra CRÔNICAS DO GERCY, patrocinada pela EMBRATEL. Na abertura de depoimentos sobre ele está escrito: "Um grande amigo; um homem bom". E era isso o que ele era, além da veia poética e de uma espirituosidade evidente e inimitável.

Morreu neste dia 22 de fevereiro de 2010, aos 89 anos.

Gercy Telles de Menezes é, para Fernando de Noronha, um nome inesquecível! Como diz a letra do Hino que compôs, ele também será uma “lembrança para a vida inteira”, porque imortalizou-se através da sua música, hoje nosso orgulho e força!.


HINO DE FERNANDO DE NORONHA
Letra e Música: Gercy Teles de Menezes

Entre ondas bravias, azuis,
Sob um céu sempre cheio de luz,
Há um pedaço da minha terra,
Esta ilha, que a todos seduz.
Brancas praias, rochedos, luar
E o Pico, altaneiro, sem par,
Fernando de Noronha é um sonho
Do qual ninguém quer despertar.

Quem já viu qualquer coisa mais bela
Que os abismos do Sancho e Sapata,
Italcable, Cacimba do Padre
E o mar, espumando na Rata?
Atalaia, baía Sueste,
E, no mastro do forte, a bandeira,
São cenários que nunca se esquecem,
São lembranças para a vida inteira!

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Foto 01 - Major Gercy, quando servia na ilha
Foto 02 - Major Gercy entre militares e visitantes, na ilha
Foto 03 - Coronel Gercy, aos 88 anos.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CARNAVAL – PELA GRAÇA DA MINHA “FADA / BORBOLETA”


Meninha sapeca
que admira o vôo das borboletas
e se enamora por vê-las frágeis e livres...

Meninha bonita,
que sonha com fadas etéreas,
de lindas asas esvoaçantes...

Menininha querida,
transmutada em “Fada / Borboleta”,
no Carnaval tão esperado...

Vejo-se saltitar, faceira,
com a graça de uma borboleta colorida
e os doces olhos de fada-criança,
encanto dos dias de agora
e doçura aguardada numa geração me sucede.

Vejo-te irradiado a contagiante alegria
desse “faz-de-conta” inventado
porque chegou o Carnaval
e o sonho é possível e estimulado,
no tempo certo de reinventar a vida.

Vejo-se, mostro-te a tantos,
porque me encanta te ver assim,
vivendo o duplo anseio de ser fada (irreal)
sendo também a borboleta de asas de brinquedo,
ensaiando vôos pela vida afora...


Ah! Meninha Laurinha,
Como você me faz feliz!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

UM SUSTO / MIL RAZÕES PARA AGRADECER...


Um dia comum, de trabalho, na redação do jornal. Uma dor lancinante. A ação imediata e carinhosa dos colegas jornalistas para levá-la a uma emergência. A hemorragia abdominal detectada. A cirurgia feita às pressas...

Tudo precisando do rápido e eficiente controle dos médicos do Memorial São José (abençoados sejam!). E a espera - nos corredores do hospital – da solução mais correta, dos procedimentos necessários, da reposição do sangue que perdera.

Naquela madrugada do janeiro que se findava muitos entravam em sintonia com familiares, amigos, companheiros de jornada. E velaram pelo seu sono, seu restabelecimento, sua recuperação, sua “volta à vida”, depois de ter estado tão perto de perdê-la, talvez, não fosse o apoio recebido.

Esses foram os momentos de dificuldade vividos por todos nós, porque nossa IZA (Maria Luiza Borges, a jornalista do Jornal do Commercio) enfrentava a complicada descoberta de uma “prenhês ectópica”, inesperada e dolorosa.

Valeram todos os contatos de solidariedade recebidos. Valeram todas as doações de sangue feitas. Valeram todas as mensagens, presenças, orações... Ela está salva!

Agora é agradecer a Deus por nos ter devolvido a nossa menina, para a alegria de todos e permitir que soubéssemos o quanto ela é querida pela legião dos que pensaram positivo e foram razão de fluidos benéficos, nessa estrada que ela precisou percorrer... Os “plantões de carinho” serão inesquecíveis para todos nós.

Que o Pai os abençoe a todos!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

DOM HELDER - 101 ANOS


De muitas formas,
E com profunda alegria
Foste homenageado, meu Dom,
Por aqueles que te têm guardado no coração

Afinal, cem anos é data correta,
Merecedora de homenagens,
Sobretudo quando esse século de existência
Foi tão marcante, tão inesquecível!

Os louvores partiram de todos os cantos.
O mundo celebrou teu centenário
Trazendo-te de volta pelas palavras deixadas,
Pelos exemplos marcantes,
Pela coragem de ousar
E de amar sem medida...

Não importava em que idioma
as reverências se faziam...
Não importavam em que rito eras lembrado...
Só a certeza de que a tua longa vida existira
E permanecia pairando sobre nós,
com toda a sabedoria partilhada,
e os gestos de amor carregados de humildade!

Dom Helder, pequenino e gigante,
Muito poucos foram como tu.
Dom Helder franzino, de olhar sereno,
Quem resistiu à tua indagadora visão de mundo?
Dom Helder profeta,
Como não lembrar o teu profetismo
E a tua força escondida
Numa fragilidade evidente?

101 anos.
Tempo longo. Tempo sempre novo.
O tempo de um homem que ficou,
Naquilo que fez, sonhou, realizou.
Um tempo absolutamente inesquecível!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ENCERRAMENTO DAS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE DOM HELDER - - 101 anos do Dom -


Foram dois anos de celebrações, homenagens, festividades, seminários, exposições, lançamento de livros, destaque na mídia... Foram dois anos de saudade apregoada, de repercussão dessa fidelidade a um profeta, de envolvimento de muitos, de partilhas formidáveis, nessa programação que agora termina...

Agora prepara-se o momento final, com a grande Concelebração Eucarística na Igreja das Fronteiras, no Domingo, dia 7 de Fevereiro, às 10h, com cânticos entoados por um coro coordenado pelo Padre redentorista, Francisco Gabriel e presidida pelo Pe. Ernanne Pinheiro, Secretário Executivo do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Camara, da CNBB Nacional.
A escolha de um padre para ser o presidente da Concelebração é uma homenagem ao Ano Sacerdotal, vivido pela Igreja desde junho de 2009 e num gesto significativo de humildade e gentileza do Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido e demais bispos que se fizerem presentes, para honrar os padres no ano a eles dedicado..

Outro gesto encantador: a Procissão de Ofertório será feita com expressão corporal, por crianças e adolescentes da Casa de Frei Francisco, uma das iniciativas do Dom, no difícil e tão violento bairro dos Coelhos, no Recife. Precedendo esse momento, Zezita Duperron (secretária de Dom Helder na AOR) e Irmã Catarina Damasceno (enfermeira de Dom Helder por muitos anos), levarão flores para o altar da celebração.

Mas a festa será maior ainda... Após a missa, ocorrerá o lançamento do livro "Memória e Missão - Experiência de Vida", do mesmo Pe. Ernanne Pinheiro, que narra, inclusive, seu importante trabalho com o Dom no Recife. E isso acontecerá no Espaço Dom Lamartine Soares - terraço da Igreja das Fronteiras, ao lado do templo. Um Coquetel oferecido pela UNICAP e a apresentação, no pátio externo: da Igreja, do “Bloco Brinque na Paz”, do Comitê da Ação da Cidadania Pernambuco Solidário, será a homenagem carnavalesca a Dom Helder, que nasceu num Domingo de Carnaval e foi sempre saudado por agremiações carnavalesca em cada aniversário...

Encerram-se aqui os atos oficiais. A reverências continua, no tempo e nas homenagens que virão, porque Dom Helder foi eternizado naquilo que deixou, como herança de vida, de fé e de esperança...

Desfaz-se a “Comissão Rumo ao Centenário de Nascimento de Dom Helder Câmara”, formada por quatro instituições (CNBB Regional Nordeste 2 / Arquidiocese de Olinda e Recife / Universidade Católica de Pernambuco e o Instituto Dom Helder Câmara), e apoiada por outras tantas, que sonhou esse Centenário e tudo fez para que ele ocorresse em dois anos de intensa atividades. Fica o registro de empenho, entendimento, amizades construídas, solidariedade confirmada, empenho de muitos, amor de todos.