sábado, 31 de outubro de 2009

DIA DE TODOS OS SANTOS


LADAINHA AOS SANTOS DO NOSSO TEMPO

Todos os desesperados,
todos os desenganados,
todos os desempregados...
Rogo aos santos por vós!

Todos os oprimidos,
todos os desvalidos,
todos os destruídos...
Rogo aos santos por vós!

Todos os que padecem,
todos que não esquecem,
todos os que se oferecem...
Rogo aos santos por vós!

Todos os que ainda esperam,
todos os que não desesperam,
todos os que têm confiança...
Rogo aos santos por vós!

Amém.

(Publicado no meu livro "Cantando o amor o ano inteiro", Paulinas, 1986)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

TURISMO EM FERNANDO DE NORONHA


O Turismo nunca foi, no passado, uma preocupação dos que comandaram Fernando de Noronha. Apesar da decantada belezas do Arquipélago, não estava nos planos governamentais aproveitar essa beleza paisagística e cultural para atrair visitantes. O Território Federal era uma área de fronteira, de “segurança nacional”, profundamente marcada pela presença militar, somente admitindo a visitação daqueles que precisassem desenvolver algum trabalho específico ou mantivessem laços de amizade ou parentesco com os que serviam na ilha. Os serviços fundamentais para uma boa acolhida turística também eram precários e não garantiam uma qualidade de vida para ilhéus e militares. Não havia aviões nem embarcações para esses serviços e nem mesmo lugares para hospedagem eram autorizados.

Somente em 1952 implantava-se o primeiro equipamento hoteleiro: o “Novo Hotel Casa 16”, na Vila dos Remédios, entregue a particulares para sua administração. Depois, a antiga casa paroquial também passaria a ser uma alternativa de hospedagem, como pousada simples, onde ficavam sobretudo navegadores que chegavam das jornadas arriscadas pelo mar. A partir de 1965, com a retirada dos americanos do Posto de Observação de Mísseis Teleguiados, a área por eles ocupada, no Boldró, foi adaptada para ser a Pousada Esmeralda, usando-se os antigos barracões (chamados pelos ilhéus de “iglus") como apartamentos. Diversas modificações foram sendo introduzidas, substituindo os barracões por construções em alvenaria, a partir de 1974. Do mesmo modo uma improvisada sorveteria, à margem da principal estrada da vila, acolheu aviadores de passagem, que precisassem do repouso de uma noite apenas, surgindo uma outra pousada singela.

Em 1974 instalava-se a primeira linha regular de vôos, com aeronave Bandeirante da TRANSBRASIL, tímida tentativa de investir-se num turismo controlado. Em 1976 o grupo privado Meira Lins assume o controle do turismo na ilha, disponibilizando barcos, micro-ônibus e motos para passeios para uma pequena quantidade de visitantes. Esse controle seria mais tarde assumido pela Falcontur, com os mesmos fins.

Em 1981 ocorreu a primeira tentativa de inclusão de Fernando de Noronha num roteiro marítimo, com a ida regular do navio de passageiros Navarino ao Arquipélago, cumprindo um roteiro de 14 dias, incluindo Santos/Rio de Janeiro/Salvador/Fortaleza/Fernando de Noronha/Recife, nos meses de dezembro a fevereiro. A experiência não foi adiante por falta de condições operacionais. Só voltaria a ser tentada – com muito sucesso – a partir de 1990, com o navio Funchal.

Em 1986 as forças armadas tomaram a iniciativa de convocar órgãos ligados ao Turismo, no plano federal, para avaliarem as condições do Arquipélago para incremento no Turismo, ao tempo em que transferiam para o Estado Maior das Forças Armadas o comando do TFFN. Estabeleceu-se, pouco depois, um vôo regular aos sábados, em Boeing da VASP, para levar passageiros que, forçosamente, teriam de permanecer uma semana na ilha.

Todas essas iniciativas foram embriões da proposta atual do Turismo em Fernando de Noronha, que hoje conta com o “Sistema de Hospedarias Domiciliares”, para a acolhida em condições satisfatórias além de aviões diários de duas diferentes procedências (do Recife/PE e de Natal/RN) e temporadas regulares de cruzeiros marítimos, como chamariz para turistas de todo o Brasil e do Exterior, somente executado após a reintegração do arquipélago a Pernambuco.

Outros equipamentos de apoio ao Turismo custaram a ser implantados na ilha e terem o interesse dos moradores. Isso hoje é uma realidade, no reconhecimento do potencial turístico do arquipélago. E, na busca de melhoria da qualidade dessa prática turística, capacitações são realizadas, em parceria com órgãos diversos, atingindo todos os segmentos envolvidos na atividade.

domingo, 18 de outubro de 2009

ORAÇÃO DO MÉDICO

Senhor,
que criaste a vida
e estabeleceste os limites
que ela deveria ter para cada homem,
também reservaste, para mim,
- limitado e imperfeito ser -
a tarefa de tentar retê-la,
prolonga-la, preveni-la,
fazendo-me MÉDICO.
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Desde sempre,
colocaste em meu coração
a certeza da responsabilidade enorme
que essa escolha acarretaria...

Desde sempre,
deixaste que eu visse claro
o quão árdua seria a tarefa
de trabalhar para aliviar dores, males...
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E, mesmo sabendo-me humanamente fraco,
depositaste em meus ombros
o fardo de uma profissão corajosa,
para enxergar,
na perfeita natureza humana,
a doença, o sofrimento, a morte.

Permite-me, Senhor,
que cada dia eu renove
meu compromisso assumido,
zelando para ser
– no exercício da Medicina –
o instrumento de Teu plano de amor,
sem que as vaidades fugidias
perturbem a minha humildade,
a minha crença no saber que acumulei,
a minha vontade de ajudar os outros.

Permite-me, Pai,
colaborar, com minhas mãos,
minha mente e todo o meu ser,
na grandiosa obra do universo,
aliviando, quando me for possível,
o terrível momento da dor
e aceitando, como servo Teu,
quando precisar que
seja feita a Tua vontade”.
Amém!
(18 de outubro - "Dia do Médico")


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

HOMENAGEM AO DIA DO PROFESSOR

Professor:

Nem sempre tudo deu certo, não?

As lembranças, no seu coração, devem ter marcas de algumas tristezas mas, certamente, de muitas alegrias! E o que é espantoso é que as alegrias, quando chegam, anulam as sombras (como acontece com o dia e a noite) e deixam ver a luz da missão a que você se entregou.

Valeu a pena, não? Vale a pena hoje, agora, continuar sendo PROFESOR...

Vale a pena acumular triunfos silenciosos, sucessos pequeninos (na aparência) mas enormes se se olha o homem como um todo, nunca terminado, em sua ascensão para o limite do seu crescimento interior.

Parabéns, professor! Você, anônimo e dedicado amigo, é responsável por uma parcela da humanidade e é assim que tudo se constrói: da união e da força contida em cada parte, no todo maravilhoso que é o mundo em que vivemos!

Parabéns, professor!

Parabéns!

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(15 de outubro - DIA DO PROFESSOR)

Publicado no meu livro "As muitas faces do bem-querer", 1981)




segunda-feira, 12 de outubro de 2009

PALAVRAS DO PROFETA


"Diante do colar
belo como um sonho
admirei, sobretudo,
o fio que unia as pedras
e se imolava, anônimo,
para que todos fossem um."

(Dom Helder Camara)

DEVOÇÕES MARIANAS DE OUTUBRO


Outubro é marcado pelas muitas festas marianas, que celebram Maria sob muitas invocações...

Festejamos MARIA chamando-a NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, de FÁTIMA e como a CONCEIÇÃO APARECIDA NO BRASIL. Locais diversos. A mesma Mãe de Deus, homenageada pelas ruas, nos santuários, nas celebrações, na devoção popular, nos terços rezados com grande fervor!

Cada uma dessas festas ganha características diferentes. Sempre nelas está o povo, sedento de amor pela Mãe-Rainha, cantando cantos em seu louvor, saudando-a com orações e fogos de artifício, invocando-a no íntimo do seu coração...

Muitas coisas em comum essas devoções têm.... A Virgem de Nazaré foi encontrada às margens de um igarapé, no Pará. Era uma imagem pequenina, escurecida pelo tempo, que ganhou uma das maiores devoções marianas do mundo, no CÍRIO DE NAZARÉ. A Mãe Aparecida também saiu das águas, para abençoar a jornada de pesca de homens simples. E fez surgir em São Paulo a maior Basílica do mundo dedicada à Maria. E em Fátima, Portugal, a aparição se deu a três crianças, a Virgem sobre uma árvore singela, a azinheira, quando o mundo entrava em guerra e precisava muito de oração.

Nenhuma ostentação nessas aparições... Somente o apelo por rezas que salvassem o mundo. A dureza da vida escrava lembrada na negritude das imagens envelhecidas e escurecidas pelas águas, como a lembrar que não é a cor da pele que importa mas aquilo que se guarda no coração. A aparição em Portugal, em plena 1ª Guerra Mundial, tempo de conflito mundial, conclamando pela PAZ... A “senhora dos mil títulos” tentava mesmo salvar os homens e usava uma linguagem simples, capaz de ser entendida por todos... ,

Qual é a “lição” que nos fica, dessas aparições??? Deus não nos quer dominadores, não nos quer escravizados, nem em guerra contra os outros homens. Não foi aos poderosos que Maria apareceu. Foi a gente simples, trabalhadora, ou a jovens inocentes.

Quem foram as testemunhas das aparições? No Pará, foi a gente simples trabalhadores da roça... Em São Paulo, pescadores em luta pela vida. Em Portugal três crianças de coração puro. Isso são sinais que nos chegam do céu.

Que essas comemorações reunidas numa mesma semana despertem em nós a vontade de sermos bons, verdadeiros, fervorosos, cheios de coragem para defender os oprimidos, merecedores de nossas atenções. A Mãe de Deus é a Mãe que veneramos, que amamos nos convida... Sigamos seus conselhos, e rezemos uns pelos outros, para que o mundo seja mais feliz.

domingo, 11 de outubro de 2009

HOMENAGEM ÀS CRIANÇAS


OS PEQUENITOS

Aos bandos ou sozinhos,
seus olhos, sua irrequieta forma se ser
deixa no ar a inesquecível força
que paira, por muito tempo,
quando vão embora...
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Aí estão eles, Senhor,
os pequenitos,
tão queridos do Teu amoroso coração.

Há luz nos olhos curiosos,
uma luz que se irradia
e inunda os espaços por onde passam,
permanecendo no ar quando se vão.

Suas mãos parecem mágicas,
no buliçoso ir e vir, malandrinho,
característico de um coraçãozinho
ávido para dar-se por inteiro.

Seus pés voam, por vezes,
como asas invisíveis...
Suas cabecinhas mergulham fácil, fácil,
na fantasia de sonhos curiosos e fecundos.
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Guarda-os, Senhor, da maldade do mundo.
Impede, enquanto for possível,
que eles naveguem no mar de adulto egoísmo,
para que possam povoar nossa vida
de “gente grande
com a antiga doçura de viver
que foi o encantamento do nosso tempo
de ser criança também!

(Publicado no meu livro “Cantando o amor o ano inteiro”, Paulinas, 1986)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A PRÁTICA RELIGIOSA EM FERNANDO DE NORONHA

Desde sempre, a religiosidade em FERNANDO DE NORONHA foi sempre difícil de ser praticada... A história nos diz que a 1ª Missa foi aí celebrada pelo frade capuchinho francês, Frei Claude D’Abeville, companheiro do conquistador do Maranhão, Daniel da la Touche que, parando na ilha em 1612, para descanso, improvisou uma paliçada e, embaixo dela, oficiou a celebração. Também registra a existência de uma Congregação Cristã Reformada Calvinista, ao longo do período de ocupação holandesa (1629/1654), com freqüentes visitas de pastores enviados pelo governo holandês em Pernambuco.


Depois, ocupada de forma definitiva, a prática religiosa foi, principalmente, católica. O mais importante templo - a Igreja de N. Sª dos Remédios - teve sua construção iniciada em 1737 e concluída em 1772, data que ostenta em sua fachada. Foi essa devoção que inspirou a denominação do principal forte construído e de toda a vila. A Virgem dos Remédios foi tomada como padroeira do presídio em 1768 e em 1789 o templo foi ligado à Paróquia de São Frei Pedro Gonçalves (Igreja da Madre de Deus), no Recife, como extensão da mesma, dependência que mantêm até hoje. No século XX a "casa paroquial", vizinha à Igreja, foi entregue para outros usos e o acompanhamento dos fiéis feito de forma esporádica. Nunca se criou uma paróquia noronhense porque o número de moradores não ultrapassva os mil e poucos habitantes. No século XIX e começo do século XX havia a presença de padres-capelães e, a cada ano, no dia da ordenação dos padres da Diocese de Olinda, realizava-se um sorteio para a indicação daqueles que iriam atuar na ilha.


Em 1986, com a criação do Vicariato Castrense (diocese militar de almas, sem definição de espaço físico), tentaram os militares fazer coincidir essa Diocese com o espaço territorial de Fernando de Noronha, governado por militares. Com a mudança, no ano seguinte, da vinculação para o Ministério do Interior, essa intenção não chegou a se concretizar, voltando a ser a Arquidiocese de Olinda e Recife a responsável pela ilha. Também a presença militar por tantos anos, no Território Federal, impediu que, de 1964 a 1985, Dom Helder Camara visitasse seu rebanho insular. Somente em 1988 Dom Helder visitaria a ilha, para inaugurar a restauração da Igreja dos Remédios. E, em 1989, ocorria a primeira visita pastoral de Dom José Cardoso Sobrinho.


Diversas restaurações foram feitas na Igreja dos Remédios, ao longo dos tempos. A última e fidedigna restauração aconteceu em 1988, com recursos federais e sua inauguração se deu em agosto daquele ano.


Afora a igreja principal, duas outras capelas existem no Arquipélago:

  • a Capela da Quixaba, localizada na antiga Vila da Quixaba, restaurada em 1999. Essa capela foi dedicada a N.Sª da Conceição. A imagem desapareceu em data incerta, sendo substituída por outra, de N.Sª das Graças, vindo daí as duas denominações a ela atribuídas. Possui altar único e pequena pia de água benta;
  • a Capela de São Pedro dos Pescadores, num alto, próxima à região da Air France e ao Porto de Sto. Antônio. No seu entorno realiza-se a Fefta de São Pedro, com Missa Campal seguida de Procissão Marítima.


Já existiram outros templos, que se arruinaram, dos quais conhecemos apenas as imagens guardadas no acervo

* Capela do Cemitério, dedicada a N.Sª da Conceição;

* Capela de N.Sª dos Remédios, da Fortaleza dos Remédios;

* Igreja de N.Sª do Rosário dos Sentenciados, construída na segunda metade do século XIX, apenas registrada em tel do pintor francês Eugene Laissaily.


OUTRAS FORMAS DE CULTO RELIGIOSO


Até 1957, grupos evangélicos não tinham liberdade de culto. Neste ano, a chegada de um grande grupo pescadores do Recife, para uma campanha de pesca, trouxe consigo diversos evangélicos, de diferentes denominações que, unidos, reivindicaram e conseguiram o direito ao culto, surgindo então a primeira comunidade de crentes, sem separação por denominação. Aos poucos, esse grupo foi buscando parcerias com igrejas instaladas no continente e assumindo sua identificação, existindo hoje cinco pequenas comunidades evangélicas:


Igreja Batista, associada à Igreja de Dois Unidos, no Recife/PE;

Assembléia de Deus – associada à Igreja de Abreu e Lima/PE.

Congregação Cristã Reformada do Brasil

Igreja Batista

Igreja Episcopal


A mesma liberdade que permitiu o culto aos evangélicos também acolheu grupos espiritualistas, kardecistas e umbandistas em formação, os kardecistas com encontros regulares de fundamentação da doutrina. Cada um desses grupos distintos conduz um horário diferente na Rádio FM Noronha, atraindo seus fiéis como ouvintes e usando o importante espaço radiofônico como um meio de evangelização.


terça-feira, 6 de outubro de 2009

PALAVRAS DO PROFETA

"Quem ama de verdade,
reconhece os erros da pessoa
ou da instituição amada,
e continua a amá-la"

(Dom Helder Camara)

domingo, 4 de outubro de 2009

DIA DAS AVES / DIA DA ECOLOGIA


PASSARINHOS

No espaço azul dos céus deslizam passarinhos....
E alçando o vôo que rompe distâncias
caminham no ar,
apregoando a liberdade que lhes permite
ir longe, longe, longe,
na direção do infinito...

Este é o seu destino:
voar, voar, voar...
essa é a sua glória:
podem partir, sem que raízes existam
a impedir-lhes o sonho
de ir embora.

E assim prosseguem,
ruflando asas ao vento,
saboreando o gosto de serem livres,
até que o homem,
quem sabe, por inveja das asas
de que se quereria ver possuído,
os aprisionam em terríveis gaiolas.

E o canto que deveria explodir
se acaba, se extingue,
perde seu viço e beleza,
igual ao lamento
de todos os infortunados prisioneiros
para quem a liberdade se acabou!

(Publicado no livro “Cantando o amor o ano inteiro” – Paulinas, 1986)

sábado, 3 de outubro de 2009

O CORETO DA PRAÇA DA PREGUIÇA EM OLINDA


Bem “aos pés” da secular Igreja do Carmo de Olinda – a “Casa Mãe" dos Carmelitas nas Américas - está o mimoso e tradicional CORETO, ali plantado desde o século XIX, imponente na sua construção de ferro fundido, com motivos decorativos quase que exclusivos e de procedência inglesa.

Redondo, com varandas de ferro adornadas por arabescos e encimadas por uma espécie de “coroa, esse lugar, em meio ao paisagismo “Praça da Preguiça”, viu passar os muitos tempos que lhe deram vida, com retretas de bandas de música, cenário para presépios natalinos gigantes, apresentações juvenis de escolares em datas festivas, discretos namoros, ensaios de grupos artísticos e tantas outras formas de criar beleza num lugar, por si só, extremamente belo!

Diversas vezes foi restaurado... Não escapou às agressões de desocupados e insensíveis destruidores do belo... Precisou de empenho de uns poucos para manter-se de pé, integrando-se ao parque de árvores centenárias e pássaros diversos, continuando a servir como apoio à atividades culturais, de uma cidade turística e festeira.

Vale a pena contempla-lo, na sua forma singular de ser...