quarta-feira, 29 de julho de 2009

EXPOSIÇÃO BRASIL / FRANÇA - EM FERNANDO DE NORONHA


Pelo Brasil, de muitas formas, a França vem sendo lembrada e homenageada... Acontecimentos conhecidos e essa amizade tão forte, foram trazidos da noite dos tempos, concretizando esses laços estabelecidos de longa data.

Na exposição em FERNANDO DE NORONHA - preparada com muito carinho - o que se quis foi trazer ao mundo uma relação que se construiu em cinco séculos de idas e vindas, de buscas – pelos franceses - com intenções diversas, de apoio técnico que chegou em boa hora, de rastros que ficaram desses tempos compartilhados, quase todos desconhecidos do resto do Brasil e do mundo.

Nela estão relatos inéditos, buscados num programa de resgate de três décadas, que se construiu na procura em instituições francesas e entre brasileiros e franceses detentores de informações ou de imagens, todos eles suficientemente corajosos de fazer história, ao abrirem mão de seus acervos para enriquecer o acervo noronhense.

Nela estão as abordagens francesas dos séculos XVI e XVII... A passagem de navegadores franceses pelas nossas águas ao longo do século XVIII e a tentativa de transformar a ilha na “Ille Delphine”, talvez conquistados todos pela presença dos golfinhos que até hoje admiramos tanto... Nela está a Arte dos pintores franceses Debret e Laissaily, no século XIX... E estão também as fortes presenças da cabografia transoneânica, representada pelo Cabo Francês, instalado em 1914 e pela aviação francesa, a partir de 1927, no local até hoje conhecido como “Ponta da Air France"

E ela chega até o momento de agora, incluindo-se aí a dolorosa experiência de apoio ao acidente aéreo ocorrido com uma aeronave da mesma Air France, um dia nossa parceira de terras e de sonhos.

Com ela entregamos ao mundo segredos guardados dessa amizade França/Brasil... Nela colocamos, por inteiro, nosso desejo de contar - aos quatro ventos – o quanto nos orgulhamos hoje desse passado unido a um País merecedor de homenagens, representado na ilha por um seu filho – Parick Muler, deflagrador da idéia de realizar-se a Exposição e por esta historiadora noronhense cheia de sonhos, que vem cumprindo – ao longo da vida – o compromisso assumido em 1974, de resgatar e devolver a Noronha a sua história verdadeira!

Que a Exposição Brasil / França, inaugurada em 27/07/2009, na sede da Atlantis Divers, no Arquipélago, seja um sucesso para tantos quantos a visitarem!

PALAVRAS DO PROFETA

"Ah!
Se a sede de ultrapassagem
- comum a todos os volantes –
levasse volantes e passageiros
a aprenderem a ultrapassar-se."
(Dom Helder Camara)

domingo, 26 de julho de 2009

26 DE JULHO - DIA DOS AVÓS


Esses braços já experimentaram os abraços
de filhos que um dia quiseram ter...
Seus corações guardam ecos distantes,
de vozes infantis, de passos apressados,
que fizeram o encanto do tempo
em que foram PAI e MÂE...

Esses colos foram abrigos bem seguros,
regaço protetor em cada queda,
em cada momento de partilha,
saboreando a doçura do crescer
e do amadurecer desses filhos
gerados no amor e na paz...

E quando tudo parecia ser apenas saudade,
eis que chegam, de repente,
sem a inquietação da espera
e as dificuldades no chegar,
outras vozes, que aparecem no horizonte,
“derretendo” esses HOMENS, essas MULHERES,
na descoberta da enorme aventura
que é ser AVÓ / AVÓ!

E seus corações se alargam, se engalanam,
nessa acolhida que repete o encanto,
daquele tempo que parecia tão distante...

São os NETOS, essa aventura tardia,
essa lufada de amor que chega agora,
quando o corpo já nem pode correr tanto
e o colo nem está tão disponível...
Que varrem o que se estabelecera,
como vento novo, floração recente,
arejando o viver dos que experimentam
a alegria de ser AVÓ, de ser AVÓ...

Abençoados sejam os NETOS,
que levam de volta a um passado amoroso,
para re-descobrir a alegria de amar,
com jeito, voz e cor da criança que chega!

Abençoados sejam os netos!

(Dia 26 de julho, DIA DOS AVÓS, em homenagem aos avós de Jesus.
Sant´Ana e São Joaquim).

quarta-feira, 22 de julho de 2009

PALAVRAS DO PROFETA


"Mesmo que
a maior angústia te visite
e te acompanhe,
não deixes que ela se reflita
em teu rosto.
Mundo agitado e triste
precisa que leves contigo
tua paz e tua alegria."

(Dom Helder Camara)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

MAIS UMA HOMENAGEM A DOM HELDER, DESSA VEZ NO CEARÁ.


A proposta era reunir os jovens que acrediram na luta por ideais que valham a pena. E isso ocorreria pela oitava vez, numa praia do Ceará - TREMEMBÉ - com o compromisso de homenagear acontecimentos marcantes – 50 anos da Revolução Cubana e 25 anos da emancipação de Icapui - e os cem anos de nascimento de duas figuras cearenses singulares:

* DOM HELDER CAMARA – o Profeta que nos deixou a 10 anos - pelo seu profetismo, sua luta como revolucionário da paz e da justiça, em favor dos irmãos;
* PATATIVA DO ASSARÉ - o poeta popular de pouco estudo e muita inteligência, pela sabedoria das suas palavras singelas e verdadeiras.

E aconteceu o "VIII ACAMPAMENTO LATINO AMERICANO DE JUVENTUDE" em Icapuí, Ceará, na sua praia de Tremenbé, exercitando-se ali a vocação do jovem para a revolução pacífica e ardor por causas justas.

Sabemos desde sempre que "ninguém é profeta em sua terra". Mas, às vezes, a realidade diante da força de um Profeta e de um Poeta é tamanha que até a sua terra se rende em homenagens, em orações, em canções, para louvá-los no espaço sagrado onde nasceu.

E assim foi no TENDA DOM HELDER CAMARA, no Acampamento, para onde acorreram jovens de corpo e de espírito, ávidos para ouvir, ler, trocar informações e sonhos sobre o cearense que se fez santo e nos deixou a dez anos.

Icapui é uma jovem cidade de 25 anos apenas. Tem raízes históricas seculares e praias onde a natureza conspira para que ocorrências científicas ocorram. Tem trabalhos sociais que atraíram atenções internacionais, que permitiram o desenvolvimento de ONGs italianas bem-vindas. No efervescente caldeirão de diversidades e similitudes, deu-se o Acampamento, que rezou, cantou, aplaudiu a Arte, o Saber, a História, daqui e de longe, desde que inspiradora de ações no nosso tempo.

Claro, o apoio oficial – Federal e Estadual – foi fundamental nos que compreendem o valor do encontro... E por três dias, Oficinas, Debates, Palestras, Mesas Temáticas, Shows, aconteceram, inclusive um mágico "Abraço no mar", precedido do ritual revolucionário que se valeu de muitas linguagens para deixar recados de conscientização, amor à natureza, compromisso... Teatro, Música, Dança, Caminhada. Pés molhados. Mãos entrelaçadas. Ciranda de paz e de celebração.

Quatro momentos/paradas marcaram esse encontro com o mar, na manhã do dia 18 de julho... No último deles, foi a mensagem de Dom Helder que se fez ouvir, pelo canto e pela sua fala, despertando a emoção de se ouvir de novo sua “MARIAMA”, ontológico texto da Missa Luba Era a eterna mensagem daquele cearense pequenino no tamanho e gigante nas ações, que se fazia ouvir...

Valeu um 8º Acampamento de Juventude. Valeu encontrar os irmãos latino-americanos que vieram unir-se a todos. Valeu, mais uma vez, homenagear-se aquele que foi a voz dos que não podiam falar, ele mesmo proibido também por tantos anos... Valeu, Ceará!



quarta-feira, 15 de julho de 2009

O HIDROAVIÃO JAHU VOLTA À CENA...



Usado em 1927, na pioneira viagem da África ao Brasil, o hidroavião Jahu foi reformado durante três anos, para voltar a ser usada como atração museológica, em São Paulo. Nascido do sonho do visionário João Ribeiro de Barros e construído às custas dele na Itália, o Hidroavião Jahú e despertou atenções quando realizou o primeiro “raid” de um avião do Brasil, conduzido – na histórica viagem, pelo seu “pai”, Ribeiro de Barros, e pelos companheiros Newton Braga, João Negrão e Vasco Cinquini.

O sucesso das amerissagens feitas pela aeronave foi enorme! E pousar nas águas tormentosas de Fernando de Noronha foi uma proeza inesquecível, somente documentada pelo então diretor do Presídio Comum então existente, Manuel Pinheiro de Menezes...

Mais recentemente, durante três anos ele foi sendo reformado, consumindo 12.500 horas de trabalho - para que ficasse como era, quando decolou do Arquipélago de Cabo Verde, na costa africana, na manhã de 28 de abril de1927, até o Arquipélago de Fernando de Noronha, em 12 horas de vôo, a 190 quilômetros por hora - velocidade que durante dez anos se manteve recorde. Ribeiro de Barros tinha apenas 27 anos à época.

Uma empresa de serviços para helicópteros de Carapicuíba/ São Paulo, realizou os serviços necessários para devolvê-lo à Fundação Santos Dumont, que tem a posse do Jahú. E o trabalho foi feito em parceria com o Ministério da Aeronáutica/ 4º Comar, a Fundação Santos Dumont e a Aeronáutica Italiana, contando ainda com o apóio do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo. O Jahu é tombado por uma entidade criada pela família do piloto João Ribeiro Barros, seu idealizador.

O Jahú foi encontrado em estado de abandono, num hangar do Aeroporto Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, corroído por cupim e pela umidade. Cerca de 40% da carcaça foi reconstruída e foi ele pintado de vermelho vivo, parecendo novo... O avião impressiona pela tecnologia com que foi construída na época, com motor Isotta Fraschini, de 1924, bomba dupla de gasolina, tampa das válvulas de alumínio (um material raro para a época). Seus dois motores ficam no alto do avião.

A família do piloto João Ribeiro Barros e a Prefeitura de Jaú querem que a aeronave fique na cidade no interior paulista que inspirou o seu nome. Corre na Justiça um processo de desapropriação do bem, e um outro de reintegração de posse. Agora é aguardar a decisão oficial e, enquanto isso não acontece, é a Fundação Santos Dumont que decide o destino do hidroavião, pensado para ser colocado no museu da TAM, em São Carlos /SP.

Enquanto aguarda a decisão, Ismael Ribeiro de Barros, sobrinho de João Ribeiro de Barros e guardador de lembranças do Jahu, fez a doação de um fragmento da lona que revestia a asa do hidroavião à Administração de Fernando de Noronha, para ser um elemento a mais, no acervo expositivo do Memorial Noronhense, espaço cultural existente no Arquipélago.
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Fotos: o Jahu amerissado nas águas de Fernando de Noronha / tripulantes do Jahu recebidos pelo diretor do Presídio. Acervo original: Genaro Pinheiro.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A PADROEIRA DO RECIFE



Foi em 1909 que tudo aconteceu... O Recife tinha sido dedicado a Santo Antônio desde muito tempo. O primeiro monumento de uma das ilhas do centro da cidade fora o Convento de Santo Antônio, dos Franciscanos.

O povo da cidade, naquele começo de século, precisava talvez de uma “Mãe”, que ouvisse suas preces e derramasse graças sobre todos... Os carmelitas já estavam instalados ali desde 1663, vindos de Olinda, a Casa-Mãe da Ordem... Os devotos de Nossa Senhora do Carmo queriam muito tê-la como Padroeira, ao lado de Santo Antônio... Os pedidos foram muitos. A ansiedade também. Até que, naquele 1909, o Papa Pio X, atendendo àquele anseio tão forte a fervoroso, autorizou que a Virgem do Carmelo fosse padroeira do Recife em conjunto com Santo Antônio.

Dez anos mais tarde, em 1919, a Virgem foi coroada e proclamada oficialmente a padroeira da cidade. Foi o povo pernambucano que doou a esplendorosa coroa com que tudo se consumou... Com o passar dos tempos, sua devoção superou a do primeiro padroeiro, sendo hoje essa antiga honraria quase que completamente esquecida.
E a cada ano, o ritual carmelitano é repetido. Novena de 06 a 14 de julho; vésperas solenes dia 15 de julho: e, no dia 16, o Recife se veste de amarelo e branco, crendo serem essas as cores que simbolizam a Virgem do Carmo, acompanham as Missas, desde a madrugada e a Procissão, proclamando sua fé na Mãe sem respeito humano ou acanhamento.

Curiosamente, as cores da Virgem do Carmo não são o amarelo e o branco... Essas são as cores que o sincretismo religioso escolheu, para louvar Oxum, reverenciada no candomblé, na correspondência com devoções católicas. As cores carmelitas são o marrom e o creme. Assim se vestem as imagens da Virgem, os frades, as freiras e os irmãos terceiros carmelitas... O saber do povo é que fez mudar essa identificação no vestir dos membros da Ordem e hoje é essa a forma quase que unânime de identificação.

1909 / 2009 cem anos de carinho, de devoção, de fidelidade a Maria, invocada como Nossa Senhora do Carmo.

E os devotos todos, nestes dias que antecedem a festa do dia 16 de julho, lotam a Basílica do Carmo do Recife, para repetir o mesmo cancioneiro especialíssimo que só se repete nas festas carmelitas, conduzidos – há 60 anos – pelo mesmo grupo: o CORAL DO CARMO DO RECIFE. Aliás, foi para louvar a Mãe do Carmelo que um dia, há sessenta anos atrás, o coro surgiu, pelas mães e ações do frade visionário Frei Pio Moreira, Oc, já falecido.

Louvemos essa Padroeira que todos os recifenses quiserem ter e mereceram ver o seu desejo proclamado em verdade!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

JULHO - MÊS DA VIRGEM DO CARMO

Diante do teu altar, Virgem do Carmo,
sou novamente a menina que, um dia,
escolheu-te como padroeira...

Tenho lágrimas nos olhos
ao ouvir esse canto que ressoa, forte
e que se perde na noite dos tempos,
na repetição tradicional de tantos anos,
de tantos louvores,
de tanto amor por ti...

Tenho o coração em festa, Mãe,
porque muitos proclamam seu amor,
como eu faço agora,
como fiz sempre, sempre,
pela vida agora
e, muito especialmente,
em cada julho vivido...

Mãe do Carmelo, minha Mãe querida,
julho é um mês especial, não é???
Julho é o teu mês, Mãe,
o teu tempo de ouvir um coro, lindo, lindo,
apregoando-te como soberana e rainha

Neste julho, acolhe meu canto que conheces tão bem
e ouve as preces que repeti muitas vezes,
vindas do íntimo do meu coração
para se fazerem mensagens, gratidão,
devoção final e derradeira.

Nossa Senhora do Carmo, minha Mãe,
roga por mim e por todos que te veneram!
Amém



terça-feira, 7 de julho de 2009

PALAVRAS DO PROFETA

Concede-me, Senhor, meu Deus
uma inteligência que Te conheça,
uma angústia que Te procure,
uma sabedoria que Te encontre,
uma vida que Te agrade,
uma perseverança que Te espera com confiança
e uma confiança que enfim Te possua.”

Dom Helder Camara

segunda-feira, 6 de julho de 2009

ARTE EM FERNANDO DE NORONHA (através dos tempos) - 3


Como dissemos em postagens anteriores sobre esse tema, ao longo dos tempos, muitos artistas visitantes ou residentes em Fernando de Noronha eternizaram-se em trabalhos sobre a beleza que viam. Isso fez com que a produção de peças de Arte, tendo a ilha como inspiração, crescesse enormemente, sendo hoje uma atração a mais no Arquipélago.

Falemos de alguns desses:

Délia Aguiar – que nasceu em Fernando de Noronha, na época em que o pai era o diretor do Cabo Francês e, depois de adulta, descobriu na Arte a maneira de registrar a sua terra. E hoje, quase que exclusivamente, é a ilha o tema dos seus quadros, de suas peças como artesã.

Zé Som, artista plástico de Olinda e que foi levado para lá em 1997 à ilha, executou excelentes trabalhos, com a característica que marca sua obra (de não usar pincéis e sim – unicamente - os dedos, na criação das telas). Comercializadas na própria ilha e depóis do seu retorno ao continente, espalhou imagens noronhenses por muitos lugares, bem ao seu estipo arrojado e bonito.

Zenival, ilustrador da Companhia Editora de Pernambuco – CEPE que retratou lendas de Fernando de Noronha com maestria para a revista Continente, Edição Especial de aniversário de 500 anos de Descobrimento, em 2003.

Janete Sreomberg Mehl, artista plástica paranaense que, em poucos dias no arquipélago, como turista, captou belos aspectos da natureza da ilha, revelando-a em telas, sobretudo, da vida marinha, doando uma delas para o acervo oficial da Administração noronhense e fazendo dessa visão de Arte o motivo de uma das suas mais belas exposições no Paraná.

Helô Ribeiro, artista plástica paulista, também visitante, que registrou os azuis noronhenses em seus trabalhos e doou um deles para o acervo local.

Rosangélia, artista cearense que não conhece Fernando de Noronha mas faz da sua Arte um tributo ao arquipélago, em criações feitas sob inspiração da beleza que busca nas imagens que descobre.

São formas de guardar-se um lugar especial pelo milagre da criação artística, que desperta cada vez mais dentro daqueles que têm, na ilha, a inspiração para a beleza!












sexta-feira, 3 de julho de 2009

LIGAÇÕES DE DOM FERNANDO COM FERNANDO DE NORONHA


Em agosto de 2000, recém-sagrado como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido quis conhecer o seu distante espaço arquidiocesano que teria de administrar: Fernando de Noronha. E essa foi a sua primeira visita pastoral.

Dali em diante, ele voltaria muitas vezes ao Arquipélago, sempre promovendo encontros com a comunidade insular, conduzindo celebrações e até acompanhando procissão, seguindo com todos, como um pastor dedicado e fervoroso. Recebeu, inclusive, o Padre Antônio Maria, para celebrar a Padroeira local, N. Sª dos Remédios, em agosto de 2003 (foto).

Quando sentiu que a programação semanal radiofônica estava fadada a desaparecer, pelas dificuldades da própria equipe que a apresentava, de elaborar programas apropriados, foi dele a feliz idéia de envolver a equipe dos programas católicos da Rádio Olinda, em Pernambuco, sugerindo que esse grupo assumisse e levasse adiante a idéia de “evangelizar pelos meios de comunicação social”. E a Rádio FM de Fernando de Noronha passou a contar e mantém até os dias atuais, essa linha de ação fundamental.

Ele estava atento às necessidades noronhense, daquela comunidade católica distante e, historicamente, tão desasistida através dos tempos... Atento aos chamados dela, levando sua mansidão e sua palavra firma a todos e a cada um...

Tomara que seja fecundo esse novo tempo que começa! E que a familiaridade de Dom Fernando com seu rebanho ilhado melhores mais e mais, a cada dia!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

BEM-VINDO, QUERIDO ARCEBISPO DOM FERNANDO SABURIDO!


A Arquidiocese de Olinda e Recife acaba de receber um presente inesperado: a indicação do seu novo Arcebispo, o monge beneditino Dom Antônio Fernando Saburido, o 32º Bispo da Diocese de Olinda, criada em 1676 e o Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, assim intitulada a partir de 1918.

Dom Fernando nasceu no Cabo de Santo Agostinho, região metropolitana do Recife, em 1947. Foi ordenado padre em 1978, em bela cerimônia ao ar livre, com mais três companheiros, diante da Igreja-Basílica de São Bento, em Olinda, pelas mãos de Dom Helder Camara. No ano 2000 tornou-se Bispo Auxiliar da Arquidiocese que agora assume, como titular, nela permanecendo até 2005, quando foi transferido para Sobral, no interior do Ceará. Em Pernambuco, aceitou o encargo de ser o Presidente da CNBB, Regional Nordeste 2.

Discreto, conciliador, Dom Fernando encantou os conterrâneos pernambucanos com seu jeito simples e atuante e sua profunda humildade. Desde maio ele sabia de sua indicação pelo Papa Bento XVI, que vinha ao encontro da aspiração unânime do rebanho que agora vem pastorear... Guardou silêncio sobre isso, mesmo depois que essa indicação foi confirmada em 17 de junho passado. Agora, deu-se a publicação. Caberá a ele conduzir os destinos dessa sofrida Arquidiocese, com seu jeito monástico de ser e a sua conhecida capacidade administrativa.

Ele deixa Sobral com muita tristeza. Essa foi a confissão feita no dia de hoje, aos inúmeros jornalistas que o procuraram... Mas, considerando-se “à serviço da Igreja”, disse SIM e romperá os laços já estabelecidos, para assumir, com muita honra e humildade, a Arquidiocese do sua terra natal.

A solenidade de posse será no dia 16 de agosto vindouro, na Festa da Assunção de Maria, no Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães Melo – Geraldão, no Recife. Foi nessa festa litúrgica que ele foi sagrado Bispo, há nove anos passados. Para ele, esses são os “caminhos de Deus”, que ele deverá percorrer.
Dom Fernando Saburido é uma luz que chega, para clarear os corações de todos! Certamente ele viverá em união com seus padres e com o povo, correspondendo à expectativa de tantos que sonharam com a sua indicação... E a todos atenderá, inclusive ao distante e pequenino Arquipélago de Fernando de Noronha, onde esteve várias vezes, fazendo-se amar pela população católica insular.
Na “carta aberta” que enviou a Dom José Cardoso, dirigida aos seu rebanho arquidiocesano, ele afirmou que era "uma graça especial a feliz coincidência de estar sendo chamado para Olinda e Recife no ano do centenário do carismático Dom Hélder Câmara". E sua vinda bem que nos parece ter tido a interveniência daquele inesquecível pastor emérito, tão lembrado ao longo deste 2009, quando se completam cem anos do seu nascimento.

Bem-vindo, Dom Fernando Saburido! Olinda e Recife se enchem de alegria e devoção para recebê-lo de braços e corações abertos, na concretização dos sonhos que acalentaram! Fotos:
Fotos: Dom Fernando em Noronha, em diferentes momentos (na Festa da Padroeira e na Festa de São Pedro)